terça-feira, 25 de agosto de 2015

4 dicas olímpicas de alta performance



1) Falar positivamente com você mesmo/a.
2) Estabelecer metas para alcançar e meta de tarefas a realizar.
3) Visualizar seu sucesso mas também formas de superar possíveis dificuldades que surjam.
4) Usando os itens 1, 2 e 3 como referência, praticar e treinar para melhorar sempre (o princípio do Kaizen – hoje melhor do que ontem, amanhã melhor do que hoje).

***
Recentemente tive acesso a um estudo sobre preparação mental voltada à alta performance realizado com atletas olímpicos canadenses.

235 atletas, tanto das Olimpíadas de Inverno (Sarajevo) quanto de verão (Los Angeles) participaram do estudo.

Os resultados foram muito interessantes – os cientistas chegaram a 4 grandes conclusões/lições que eram comuns a todos os atletas de alta performance. Veja quais são e qual é mais importante para você, neste momento:

1) Linguagem mental positiva, principalmente em momentos de pressão, aprendendo inclusive a reconhecer e reverter processos e conversas mentais potencialmente negativas.

2) Importância de estabelecer metas (não apenas metas a serem alcançadas (objetivos) mas metas para a realização de tarefas necessárias para alcançar as metas/objetivos). Ou seja, planejamento...

3) Visualização (não apenas do sucesso, mas de TODAS as situações possíveis, incluindo as negativas, problemas, dificuldades e formas positivas de SUPERAR isso). Não se enganar achando que tudo sempre vai dar certo – pelo contrário, estar mentalmente e fisicamente preparado para o que der e vier, sempre com foco em superação e no atingimento da meta.

4) Simulações: treinar, praticar, desenvolver-se o máximo possível, todos os dias, sem acomodação. Kaizen, melhoria contínua, estar cada vez mais preparado/a SEMPRE.

Atletas olímpicos são, por definição, pessoas de alta performance. Note como esses “princípios olímpicos” não dependem de talento natural ou de força/musculatura. Podem ser utilizados por qualquer pessoa, como você ou eu, que queira melhorar seu desempenho.

Então lembre-se sempre de:

- Falar positivamente com você mesmo/a.
- Estabelecer metas para alcançar e meta de tarefas a realizar.
- Visualizar seu sucesso mas também formas de superar possíveis dificuldades que surjam (lembre do princípio 1, de falar positivamente com você mesmo/a).
- Usando os itens 1, 2 e 3 como referência, praticar e treinar para melhorar sempre (o princípio do Kaizen – hoje melhor do que ontem, amanhã melhor do que hoje).

E você? Quais destes 4 acha que é mais importante?

Abraços de alta performance e uma boa semana para você!

Raul Candeloro
P.S. São assuntos como esse que cobrimos no meu curso Princípios da Alta Performance, um curso onde não falo de Vendas e sim sobre como ter a atitude certa para ter sucesso pessoal e profissional de maneira consistente, equilibrada, saudável e FELIZ.  (www.institutovendamais.com).

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Faça o contrário: método reverso de estabelecer metas e objetivos


Para ajudar as pessoas a atingirem e manterem a alta performance, criei um exercício que traz resultados muito interessantes, que eu chamo de ‘técnica do reverso’.

Para atingir uma nova meta, invariavelmente você precisa:

a) rever e mudar uma atitude;

b) desenvolver uma habilidade.

Nos meus grupos de coaching e em entrevistas que tenho feito, sinto que às vezes algumas pessoas ainda têm dificuldades de estabelecer suas metas (principalmente quando pedimos que sejam objetivas).

Então criei um exercício que traz resultados muito interessantes, que eu chamo de ‘técnica do reverso’: se eu não consigo definir bem o que quero, será que consigo definir o que NÃO quero?

Invariavelmente as pessoas têm grande facilidade de definir o que NÃO querem. Aí fica muito mais fácil fazer o exercício de definir as metas – ao definir o que não querem, as pessoas começam a se entender melhor e a destravar seus verdadeiros objetivos.

Algumas áreas onde ajuda muito você definir o que NÃO quer:

  • Finanças pessoais
  • Carreira/profissão
  • Família
  • Relacionamentos
  • Saúde, etc.

Nesses momentos, é muito importante relembrar que metas POSITIVAS trazem resultados muito melhores do que NEGATIVAS.

Usamos este exercício do reverso apenas para ajudar a definir o queremos. Uma vida focada no que NÃO queremos não é de alta performance sustentável, pois está baseada no medo e na restrição.

Exemplos de metas negativas:

- Não quero ter mais dívidas.

- Não quero ser gordo/a

- Não quero ficar acomodado.

- Não quero ficar sem bater a meta.

Veja que não tem nada errado em você evitar isso. Pelo contrário: o exercício do reverso que faço é justamente para tornar claras as coisas que você quer evitar.

O segredo é, ao se auto-analisar, entender isso e depois canalizar essa energia de maneira positiva e produtiva.

Se eu quero evitar X, Y e Z, então… preciso fazer o que?

Nos exemplos acima:

- Se não quero ter mais dívidas, então… Preciso gastar menos do que ganho, preciso me organizar, preciso pagar as contas, preciso rever e mudar alguns hábitos em relação ao dinheiro (quais?).

- Se não quero ser gordo então… Preciso rever alimentação, preciso me exercitar mais, preciso rever e mudar alguns hábitos (quais?).

- Se não quero ficar acomodado então… Preciso ler, preciso fazer algum curso, preciso rever e mudar alguns hábitos relacionados ao meu auto-desenvolvimento (quais?).

- Se não quero ficar sem bater a meta então… Preciso prospectar mais clientes, preciso aproveitar melhor as oportunidades, preciso reativar clientes inativos, preciso rever e mudar alguns hábitos em relação aos passos da venda (quais?).

Ao fazer desta forma, começam a aparecer claramente metas POSITIVAS a serem estabelecidas, com foco no que você quer FAZER para alcançar o que QUER.

Grande lição da aula de hoje (e frase para pensar):

Para atingir uma nova meta, invariavelmente você precisa:

a) rever e mudar uma atitude;

b) desenvolver uma habilidade.

O único jeito de você conquistar algo maior e melhor na sua vida é VOCÊ ser maior e melhor.

É aquela máxima genial do Kaizen:

Hoje melhor do que ontem, amanhã melhor do que hoje.

Então, campeão, campeã, esse deveria ser seu slogan ou mantra pessoal:

Hoje melhor do que ontem, amanhã melhor do hoje.

Abraços de alta performance!

domingo, 3 de agosto de 2014

Os 3 P’s da Alta Performance em Vendas

Um dos motivos pelos quais uso a Roda das Vendas nos meus cursos e workshops é por que ela permite visualizar, de maneira rápida, simples e objetiva, o que chamo de ‘P’s’ da Alta Performance em Vendas.
Depois de 20 anos trabalhando na área, notei que a maior parte dos vendedores quer muito melhorar, mas raramente sabe exatamente o que tem que fazer. E, como estão pressionadíssimos por metas, acabam deixando para depois seu projeto pessoal de melhoria.
Com o passar do tempo, passam a repetir uma rotina que nem sempre é a mais eficiente, não utiliza todo o potencial da pessoa e nem traz todos os resultados que poderiam ser alcançados.
Da mesma maneira, temos inúmeros gerentes com a clara sensação de que a equipe comercial poderia render bem mais, mas sem saber exatamente com implementar de maneira eficaz um projeto de desenvolvimento. (Fora a questão de justificar o ROI, ou retorno sobre investimento, dos custos envolvidos em treinar a equipe de vendas).
Para ajudar você a entender melhor os P’s da Alta Performance, criei um mini check-list no formato de exercício, que pode ser feito individualmente ou em equipe. É a mesma lógica que uso nos cursos e palestras e que você pode adaptar para seu próprio dia a dia:
1. Propósito: Define qual a missão do vendedor dentro da estratégia comercial da empresa
Qual é exatamente sua ‘missão’ como vendedor ou vendedora?
Todos os vendedores da empresa SABEM a resposta?
Todos os vendedores da empresa dão exatamente a mesma resposta?
Todos os vendedores da empresa estão agindo de acordo com essa missão no seu dia a dia?
Como melhorar o 1º P, de “Propósito”: definir claramente a missão do vendedor (missão envolve, mas vai além do job description, ou descrição de cargo), alinhar todos os vendedores nessa missão, treinar e desenvolver os vendedores a praticarem a missão, criar indicadores que avaliem mensalmente se a missão está sendo alcançada, feedback em grupo e individual para melhoria contínua.
2. Psicologia vencedora: Define a qualidade dos pensamentos e atitudes dos vendedores
Qual tem sido a qualidade dos seus pensamentos (ou da equipe comercial) em relação a:
Planejar e organizar seu tempo?
Atingir suas metas?
Prospectar novos clientes?
Buscar novas?
Buscar novas oportunidades para se desenvolver?
Trabalhar produtos serviços de maior valoer agregado?
Vender valor e não preço baixo/descontos?
Potencializar oportunidades dentro da própria carteira de clientes?
Como melhorar o 2º P, da “Psicologia Vencedora”: Plano de Ação Individual para melhoria contínua dessas atitudes. Ou seja, feedback objetivo também sobre atitudes e comportamentos, e não apenas sobre resultados, faturamento, etc.
3. Produtividade: Define metas, indicadores, eficiência, eficácia
Quais atividades de vendas são prioritárias? As mais comuns: prospectar, atender clientes da carteira atual (% de positivação), recuperar clientes inativos, vender mix produtos/ serviços, trabalhar descontos de maneira mais estratégica, etc.
Por que elas são prioritárias? (Reason, why)
Como essas atividades prioritárias são medidas? (Indicadores de performance)
Como cada vendedor/a do grupo está evoluindo em relação aos seus indicadores e metas individuais?
Como melhorar o 3º P, de Produtividade: Plano de Desenvolvimento e Ação Individual para melhoria contínua desses indicadores de performance relacionados especificamente à atividades de vendas. Note que mais uma vez reforço a importância do feedback sobre outros assuntos além dos resultados finais. Vejo empresas demais discutindo meta, faturamento, comissões, e pouquíssimo tempo discutindo de maneira séria, organizada e produtiva o que realmente interessa: atitudes, comportamentos e processos/atividades de venda.
É fundamental dar feedback não apenas sobre os resultados finais, mas principalmente sobre o que levou a esse resultado. Só assim você pode melhorar de maneira contínua, inteligente e sustentável.
No curso Alta Performance em Vendas ensino a fazer tudo isso, ao mesmo tempo em que dou dicas práticas e objetivas sobre como melhorar cada um dos passos da venda, desde o planejamento/gestão do tempo até o pós-venda.
Tanto para o vendedor/a que faz o curso sozinho quanto o gerente que faz com seu grupo, o APV permite rapidamente identificar o que anda muito bem e o que precisa claramente melhorar se quisermos atingir as metas de 2014.
Para quem quiser, mais informações sobre o Alta Performance em Vendas você encontra aqui:www.institutovendamais.com
Para quem não quer fazer o curso, recomendo que releia a o check-list dos 3 P’s e se auto-avalie, definindo pontos positivos e pontos de melhoria. Especificamente em relação a atividades de venda, recomendo a avaliação mensal usando os 8 Passos da Venda como referência.
Esse círculo de crescimento, de definição, auto-avaliação, planejamento e execução dos próximos passos de melhoria é o caminho da Alta Performance.
Abraço e boas vendas,
Raúl Candeloro

10 dicas práticas para a alta performance em Vendas



A pergunta que mais recebo, tanto por e-mail quanto nas palestras, é “Raul, como faço para melhorar minhas vendas?”.

Depois de ter estudado por mais de 20 anos campeões de vendas, descobri que eles têm sempre algumas coisas em comum.

Resolvi então resumir e colocar isso numa vídeo-aula, falando sobre 10 coisas que você pode fazer agora mesmo para melhorar sua performance em Vendas.

A vídeo-aula está disponível neste link: http://10dicaspraticas.gr8.com

É o tipo de vídeo-aula que você pode assistir sozinho/a ou, se quiser, assistir junto com seus colegas ou sua equipe (é comum usarem essas minhas vídeo-aulas em treinamentos e aulas de faculdade).

Uma das coisas que comento nessa vídeo-aula sobre alta performance é a importância de colocarmos nossas metas por escrito.

Existem vários estudos demonstrando a força dessa prática simples, mas mesmo assim muita gente continua não utilizando e por isso perdendo oportunidades de melhorar seus resultados.

De acordo com Henriette Anne Klause, autora do livro Write it Down, Make it Happen (Escreva no papel, faça acontencer, ainda sem tradução no Brasil), colocar uma meta no papel tem 5 grandes benefícios:

1) Força você a ter CLARIDADE no que realmente quer.
2) MOTIVA você a entrar em ação.
3) Ajuda você a ter FOCO em relação às suas prioridades.
4) Ajuda você a VENCER a acomodação, a resistência e a preguiça.
5) Ajuda você a ACOMPANHAR seu PROGRESSO.

Escrever e colocar suas metas no papel é algo simples mas PODEROSO.

Falo mais sobre isso nessa vídeo-aula – e ainda dou mais 9 dicas simples, diretas, objetivas e práticas sobre como melhorar sua performance.

A vídeo-aula está disponível neste link: http://10dicaspraticas.gr8.com

Assiste, curta, comente e compartilhe.

Grande abraço e boas vendas,

Raul Candeloro
P.S. Se ainda não assistiu, também gravei duas outras vídeo-aulas falando sobre alta performance que você vai gostar:
a) Os maiores erros cometidos por vendedores de baixa performance (http://apv_erroscomuns.gr8.com/) – mais de 2.000 pessoas assistiram em 24hs!;

b) As 7 paixões de vendedores de alta performance (http://7grandespaixoes.gr8.com/).

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Você é ‘ensinável’?



Tenho notado em alguns treinamentos um tipo de postura que acho complicado para que a pessoa alcance a alta performance e que explica muitas vezes por que as pessoas ‘empacam’ na vida.
São pessoas que não estão abertas a aprender.
Por algum bloqueio mental, elas simplesmente cruzam os braços (mentalmente ou fisicamente), literalmente se ‘fecham’ e simplesmente perdem uma oportunidade fantástica de pelo menos tentar algo diferente nas suas vidas.
O outro dia estava vendo uma entrevista do Federer, tenista que foi por anos a fio o número 1 do mundo, considerado o melhor tenista de toda a história .
Dizem que a carreira dele está acabando… mas ele foi o atleta mais bem remunerado de todos os esportes em 2013, com rendimentos de US$ 71,5 milhões e continua em 4o no ranking  da ATP (o melhor brasileiro é Thomaz Bellucci, em 108). Que tal?
Pois bem – 2 ou 3 vezes por ano, Federer convida alguns tenistas que acabaram de se profissionalizar e faz um ‘intensivo’ de uma semana com eles.
A idéia é motivar esses jovens talentos, guiá-los nesse começo de carreira e também aprender e motivar-se ele mesmo com a garra e a vontade de treinar e competir da garotada.
Isso mesmo – para manter-se atualizado e motivado, ele convida os novos tenistas para treinar com ele.
Não se fecha num castelo de cristal, não se isola do mundo, não acho que é melhor do que todo mundo. Pé no chão total.
Ao mesmo tempo, contratou Stefan Edberg, tenista sueco aposentado que já foi número 1 também, para sua comissão técnica.
Ou seja: aprende, recicla-se e motiva-se com os novos talentos e ainda conta com a experiência dos veteranos ao seu lado.

Não é à toa que é o mais bem remunerado do mundo. Já é bom e continua aprendendo e querendo melhorar.
Quantas pessoas você conhece que depois da faculdade nunca mais fizeram absolutamente nada?

Quantas pessoas você conhece que não lêem nem um livro por mês? (ONU define como ignorante a pessoa que não lê 10 livros por ano…).
Quantas pessoas não fazem nem um curso POR ANO procurando melhorar seus resultados?
Essas pessoas simplesmente repetem suas rotinas. E depois reclamam muitas vezes dos seus resultados…
Definição de loucura (ou de burrice): fazer sempre a mesma coisa e esperar resultados diferentes.
Se você quer que seus resultados e sua performance melhorem, VOCÊ precisa mudar!
Nessas horas, pense no CHA:
a) Qual conhecimento você precisaria adquirir para melhorar?
b) Qual habilidade você precisaria desenvolver para melhorar?
c) Qual atitude você precisaria estimular para melhorar?
Fico pensando nisso quando vejo pessoas dizendo:
-       Isso eu já sei. (Pergunta: E pratica? Resposta: não)
-       Isso não é para mim. (Pergunta: Já tentou? Resposta: não)
-       Isso não funciona. (Pergunta: Já tentou? Resposta: não (mas tenho certeza de que não funciona))
-       Eu não consigo! , etc.
A verdade é a seguinte: no fundo, toda pessoa fechada a aprender é uma insegura. Essa é a verdade.

Mesmo as que fazem pose e se escondem atrás de uma postura arrogante são inseguras. Aliás, quanto mais arrogante, mais insegura a pessoa é (ou por que seria arrogante?).
Pessoas abertas a aprender precisam ter a humildade de ouvir, de se auto-critiicar, de mudar hábitos, de admitir pontos fracos, de aceitar que não somos perfeitos e podemos sempre melhorar.
Numa próxima oportunidade falarei sobre Iniciativa e curiosidade, pois noto que muitas pessoas têm pró-atividade no seu auto-desenvolvimento, mas infelizmente são minoria.

A imensa maioria das pessoas está até aberta a aprender e se desenvolver, mas esperam que alguém faça isso por elas.
Se você realmente está buscando a alta performance em todas as áreas da sua vida, e não apenas em Vendas, não dá para ficar parado esperando que alguém venha lhe ajudar.
Você precisa tomar a iniciativa em buscar essa melhoria pessoal e profissional. É uma das decisões mais importantes que você pode tomar na vida.

Mas primeiro precisa ser humilde. Depois precisa tomar a decisão de ser melhor (kaizen, lembra?). Depois precisa ter a iniciativa de ir atrás. Para terminar, precisa ter a persistência para mudar seus hábitos e torná-los em hábitos vencedores e de sucesso.
Esse é o caminho da Alta Performance.
***
Pergunta coach para você esta semana:
Você tem sido ‘ensinável’ nas principais áreas importantes da sua vida?
***
Não é complicado. É até simples. Mas não é fácil. Muita gente não consegue.
Eu acredito que você consegue. Por isso mando todas as semanas meus textos para você.
Abraço motivado e desafiador,
Raul Candeloro

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Metas: Desafio dos 30 Dias - Texto 2


Lutando contra a Resistência

“Suas crenças tornam-se nos seus pensamentos. Seus pensamentos tornam-se em suas palavras, suas palavras tornam-se em ações, suas ações tornam-se seus hábitos, seus hábitos tornam-se seus valores, seus valores tornam-se seu destino.”      Mahatma Gandhi

O que você acha que é melhor: fazer muitas coisas superficiais ou poucas, mas com profundidade? Provavelmente a maior parte das pessoas lendo este texto responderá “poucas, com profundidade” mas, se analisarmos suas agendas diárias, como investem seu tempo, encontraremos justamente o contrário.

E nesse dilema do desalinhamento mora o grande perigo do estabelecimento de metas e prioridades (e da gestão do tempo, energia e foco).

É interessante notar como  hoje em dia muitas pessoas estão ‘viciadas’ no stress de fazer 35 coisas pequenas ao mesmo tempo, vivendo na correria. As pessoas falam com orgulho “minha vida está uma correria, é uma loucura”, como se correria e loucura fossem sinônimos de produtividade.

Eu vou defender uma tese contrária e, por isso mesmo, sei que vou encontrar algumas resistências. É natural: todo viciado defende seu vício, acha que sabe o que está fazendo e que alguém de for a não entende sua realidade. Entendo sim.

Administrar tempo é, antes de mais nada, uma questão de hábitos e de FOCO. E se a pessoa está viciada em hábitos improdutivos, leva um certo tempo para sair deles.

Por exemplo, toda vez que peço numa palestra ou workshop que as pessoas descrevam seu ‘dia ideal’ (vamos fazer juntos esse exercício em duas semanas), invariavelmente o dia ideal começa com acordar cedo, por que acordar atrasado já faz com que o dia comece errado.

Para acordar cedo, a pessoa precisa normalmente ir dormir cedo. Só que isso é um hábito: você precisa se treinar para dormir cedo. Precisa desligar o computador, a TV, o celular, o iPad. Precisa desligar a luz. Precisa aprender a desligar o cérebro, e simplesmente dormir cedo, de maneira relaxada. Isso é um hábito que as pessoas sabem que é super produtivo – mas não fazem. Precisamos criar o hábito ou, usando uma palavra que gosto muito, um novo ritual.

Outros exemplos típicos:

-       Fazer diariamente, preferencialmente antes de sair do trabalho, ou pelo menos antes de dormir, uma lista de “coisas a fazer”.
-       Priorizar as coisas importantes e não apenas as urgentes.
-       Rever sua alimentação para manter o nível de energia durante o dia inteiro.
-       Resolver as coisas rapidamente, sem enrolar.

São todos hábitos que podem e devem ser melhorados.

Mudar um hábito antigo leva entre 21 e 30 dias.  Vamos ficar com 30 dias, para facilitar (até porque acho que é o correto, mais realista). Você precisa repetir um novo ritual por 30 dias para fazer com que ele passe a fazer parte da sua rotina diária.

Aqui entra um conceito muito interessante chamado Escape Velocity, ou Velocidade de Escape.

Velocidade de escape é a velocidade que um foguete, por exemplo, precisa ter para conseguir escapar da força de gravidade da Terra e entrar em órbita.

Um hábito antigo é igual à força de gravidade: você vai encontrar uma resistência interna. Ela inclusive tem nome… Resistência!

É a voz que fica falando para você voltar a fazer o que sempre fez antes, a não sair da zona de conforto, a só fazer o que tem vontade de fazer – mesmo sabendo que não é o melhor para você.

Isso fica ainda mais complicado se você tenta mudar muitos hábitos de uma vez só. Todos os velhos hábitos começam a aplicar a sua ‘força de gravidade’ ao mesmo tempo, e você acaba sucumbindo. Por isso o grande segredo é mudar UM HÁBITO POR VEZ.

A Resistência é poderosa! Ela sabe o que você gosta, o que você não gosta. Ela lê seus pensamentos. Ela sabe negociar com você. Ela sabe quais são seus pontos fracos.

É por isso que tanta gente comece alguma coisa e não termina. A Resistência, aquela voz sedutora que fala dentro de você, tem uma forma muito interessante de agir:

1)   Nos 10 primeiros dias da mudança do hábito, quando você está todo empolgado/a e cheio de energia e vontade para mudar, ela adota uma atitude semi-passiva. Fica ali, de lado, só olhando, aprendendo, estudando como vai derrotar você. Só vai atacar se você baixar a guarda.

2)   Do 11o dia ao 20o dia, a Resistência começa a mostrar suas garras. Aqui vai começar um processo de guerrilha, de combate constante, de vitória pelo atrito e pela exaustão. A tática da Resistência faz você virar um obsessivo. Se você tem que parar de comer pão, por exemplo, a Resistência vai dizer assim que você acordar: “PÃO!!! Que delícia, comer um pão agora!” . Tudo que você olhar vai lhe lembrar do pão que não pode comer. Esta é a fase mais dura, por que é onde as pessoas começam a questionar se realmente vão conseguir se livrar do hábito. Aqui a maior parte das pessoas desiste, por que acreditavam (erradamente) que depois do 10o dia ficaria mais fácil. Não fica… fica mais difícil por que a Resistência mostra todo seu poder. É fundamental entender este ciclo para poder preparar-se para ele e superá-lo.

3)   Do 21o ao 30o dia, a Resistência começa a ver que está perdendo a guerra. Ela já está quase entregando os pontos, mas ainda está lá, presente. Vai chantagear você. Vai cantar o canto da sereia. Vai usar seus últimos truques. Mas se você conseguiu passar até agora, é por que já está na reta final e vai conseguir substituir o hábito antigo por um novo, mais produtivo. Mas você precisa completar o ciclo, ir até o final, ter 100% de certeza de que chegou lá.


Por isso a  primeira e principal técnica de administração do tempo e de atingir metas é entender o ciclo da Resistência eDECIDIR com firmeza que você controla seu tempo, seus hábitos e, por conseqüência, tudo que faz (ou deixa de fazer) para atingir suas metas. Antes de mais nada, administrar tempo e atingir metas é uma DECISÃO PESSOAL.

Sem essa DECISÃO PESSOAL com convicção, não tem técnica de estabelecer meta ou administrar tempo, energia e foco que funcione.

A Resistência é poderosa? Sim, com certeza.  Lembre-se que você levou a VIDA INTEIRA para desenvolver os hábitos que tem agora – mesmo os mais improdutivos. Então é lógico que a Resistência é forte. Ela esteve a vida inteira até agora no comando e o novo hábito, coitado, acabou de entrar no jogo. É um ‘bebê’ que precisa de tempo para andar sozinho.

Porém, é justamente aqui que aparece uma das GRANDES VERDADES: você também sabe tudo sobre a Resistência. Não é só ela que teve todo esse tempo com você… você também a conhece de cor e salteado. Sabe tudo sobre ela. E, ainda por cima, é você quem manda. A palavra final é sua.  O controle é seu.

A Resistência só é forte por que você a alimenta. Para pensar: por que você a alimenta? Sempre tem um motivo por trás, geralmente baseado em algum medo do passado, até mesmo da infância, que ainda carregamos como adultos. A Resistência, no fundo, está tentando nos proteger de alguma coisa que muitas vezes nem existe mais. Essa é uma reflexão pessoal séria, uma conversa para termos com nós mesmos: por que alimento a Resistência? Qual o motivo e a lógica por trás do mau hábito? Por que ele existe de verdade, qual sua função.

Só depois de entender isso é que você vai estar preparado para ter AUTORIDADE e DOMÍNIO sobre si mesmo.

Porém, você só vai ter realmente autoridade e domínio sobre a Resistência se estiver com suas metas claramente definidas, alinhadas com seus valores e prioridades e com hábitos e processos físicos e mentais que levem você de maneira disciplinada aos objetivos.

Resumo desta reflexão do texto 2:

-       É melhor fazer poucas coisas, mas bem feitas e com profundidade do que o contrário.
-       A maior parte das pessoas hoje em dia está fazendo justamente o contrário.
-       Acostume-se com a idéia de que mudar um hábito leva 30 dias.
-       É melhor mudar um hábito por vez.
-       Ao mudar um hábito, você mexe com uma força poderosa: a Resistência.
-       A Resistência conhece você e quer que você volte ao que fazia antes. Ela não quer sair da zona de conforto e quer que tudo permaneça igual, mesmo que uma grande parte de você não esteja feliz ou satisfeito com isso.
-       Estabelecer metas, priorodades e objetivos é administrar seu tempo, energia e foco.
-       Administrar seu tempo, sua energia e seu foco é uma decisão pessoal. Você decide, você tem o comando. Prometa a você mesmo ser um/a MESTRE de atingir objetivos e administrar seu tempo, energia e foco. A melhor maneira de fazer isso é usando continuamente linguagem positiva com você mesmo (Eu administro bem meu tempo; Eu sempre consigo atingir as metas que me proponho).
-       Você só vai ter realmente autoridade e domínio sobre a Resistência se estiver com suas metas claramente definidas, alinhadas com seus valores e prioridades e com hábitos e processos físicos e mentais que levem você de maneira disciplinada aos objetivos.

Metas: Desafio dos 30 Dias – Texto 1


Administrar o tempo é uma questão profundamente filosófica.

História rápida: tenho em casa um bloco de calendário onde, todos os dias, tiro a folha do dia que passou. Meu filho mais velho, Daniel, gosta de fazer isso comigo. Virou um ‘ritual’ de final de dia, onde sempre pergunto-lhe o que mais gostou daquele dia, o que temos de bom para agradecer, o que ficou para fazer no dia seguinte.

No final do ano passado, ao tirarmos a última folha do calendário, ele levou um susto. Olhou-me com aquela cara assustada e perguntou: “Pai! Acabou???!!!??? E agora?”.

Expliquei que era o final do ano e que agora precisávamos comprar um calendário novo, com mais 365 folhas.

Ele ficou ali, parado, em silêncio. Só pensando. Aí soltou a pérola: “Mas pai, eram tantas folhas! E acabaram todas! Como passou rápido!”.

Pois é, pensei eu… se passa rápido para uma criança de 6 anos, imagine então quando chegar aos 45, como eu. “Por isso”, reforcei com ele, “eu converso sobre cada dia com você. Cada um deles é importante – é assim que precisamos pensar”.

E o mais interessante de tudo (essa eu pensei sozinho): quantos blocos de 365 dias será que eu ainda tenho? 30? 40? (com sorte…)

Isso começa a dar uma idéia clara da finitude das nossas vidas (e da importância de assumir o controle do que queremos, das nossas aspirações e dos nossos ideais).

Todos este trabalho é justamente para isso: para começarmos a viver cada dia intensamente, de maneira focada, direcionada, buscando atingir as metas e objetivos que definimos como prioridades nas nossas vidas.

Então seria incorreto ensinar técnicas que fizessem você fazer ainda mais coisas no seu dia desalinhadas com seus valores pessoais e com seus grandes objetivos.

Precisamos, antes de mais nada, fazer algo muito mais importante.

Tudo começa por definir claramente COMO queremos viver e quais nossos grandes OBJETIVOS.

Administrar corretamente o tempo, na verdade, é administrar ENERGIA e PRIORIDADES. E se essa energia e prioridades não estiverem alinhadas com seus VALORES, você nunca vai sentir que está realmente progredindo. Pode até realizar muitas tarefas, fazer muitas coisas, mas terá uma eterna sensação de insatisfação.

Aliás, um dos maiores problemas das pessoas com confusas e com má administração do tempo é a falta de clareza em relação aos seus grandes objetivos, prioridades e valores.

Resumo desta reflexão rápida:

-       Seus valores, objetivos e prioridades têm que estar definidos de maneira muito clara e objetiva.
-       Seus valores, objetivos e prioridades têm que estar todos alinhados.
-       Você tem um número finito de dias. Valorize cada um deles.
-       Você não pode alterar os dias que passaram. Mas tem 100% de controle sobre os que ainda tem pela frente. Valorize cada um deles.
-       Administrar corretamente o tempo é, antes de mais nada, administrar corretamente o foco da sua energia para as atividades prioritárias, de acordo com os objetivos que estabeleceu.