Um livro que todo empresário deveria ler é “A Alquimia do Crescimento”, publicado no Brasil pela Editora Record. Nele, Mehrdad Baghai e seus colegas da McKinsey defendem que uma empresa, para crescer, precisa administrar projetos em três horizontes diferentes.
a) Horizonte 1: É o presente, os projetos ligados ao dia a dia, a busca de metas estabelecidas. O perfil do profissional de sucesso neste horizonte busca a maximização do lucro através da excelência na execução.
b) Horizonte 2: Novidades e lançamentos. São os novos produtos e serviços lançados por empresas para completar seu mix, entrar em novos mercados, contra-atacar a concorrência, etc. O perfil de profissional de sucesso aqui são empreendedores que aceitem o desafio de desbravar novas fronteiras.
c) Horizonte 3: É o que chamaríamos de “laboratório”. É onde novas idéias e conceitos são testados – se forem aprovados e tiverem viabilidade comercial, passam para a fase 2. Neste estágio precisamos de visionários e planejadores estratégicos.
Da mesma forma que qualquer expert no mercado de ações recomenda que se tenha um portfolio de empresas na sua carteira de investimentos, os autores também defendem que uma empresa precisa ser uma máquina constante de lançamentos e inovações. A questão toda é saber quais são exatamente os projetos que deveriam ser estimulados e como isso deveria ser feito. A idéia é se criar um funil de projetos sendo desenvolvidos (“stairways”, ou escadarias) que permitem à empresa ir adaptando-se ao meio-ambiente sempre em mutação e ir “subindo” pela escadaria nova em busca de um futuro promissor sustentável. Daí a necessidade de administrar os três horizontes.
Isso é claramente difícil e complicado, pois as exigências de cada uma das fases são obviamente diferentes umas das outras. E as empresas que desenvolvem uma competência raramente conseguem administrar bem as outras duas – até mesmo por causa de atritos internos constantes.
Por exemplo, quando mal planejados, projetos de Horizonte 2 também são maltratados e, com isso, minam o crescimento das empresas. É comum um novo produto ou serviço ser lançado com expectativas altíssimas, pressão sobre equipes de vendas, campanhas de lançamento, etc. e depois deixado de lado porque atrás dele vem um outro lançamento que precisa de atenção. Mesmo sabendo que um novo produto ou serviço leva tempo para se estabelecer e atingir seu pleno potencial, a correria é tanta que não se consegue dar a eles a atenção necessária.
É mais ou menos com se tivéssemos que fazer um suco de laranja e só tivéssemos um segundo para espremer a laranja. Metade do suco ficou na fruta e não foi aproveitado por causa da pressa. É a mesma sensação que me dá em muitas empresas que visito. As pessoas claramente ficam frustradas com isso, mas não sabem o que fazer ... e continuam lançando novidades mesmo assim.
O segredo todo está no equilíbrio. Escolher e planejar bem os projetos nos quais vai se investir (Horizonte 3), testá-los e desenvolvê-los com paciência, permitindo que realmente cresçam e alcancem todo seu potencial (Horizonte 2) e depois foco total na disciplina e excelência operacional (Horizonte 1).
O interessante é que a mesma lógica pode ser aplicada para projetos pessoais. Assim como as empresas, qualquer pessoa de sucesso vai estar sempre administrando esses três horizontes – o curto, o médio e o longo prazo. É isso que evita a acomodação e nos faz crescer.
E você – como tem tratado seus horizontes? Quanto suco tem tirado das suas laranjas?Abraço e boa$ venda$,
Raul Candeloro
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